segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

sobre os dias que fazem buracos.



eu, exílio de ti
descuido e me corto
com a linha afiada das minhas palavras
descanso e me prendo 
com o peso do ponto no final das frases.
eu travo a passagem!
fecharam o porto das
lágrimas.

eu, exílio de ti
me isolo nas curvas
me encontro nas festas
mas sempre me pego:
tão prego, 
sem furo
tão tinta, 
sem muro
e é assim que me chega o desejo da volta,
ao saber que de lá já não vem tão sozinha
carrega a cidade e mais tantas maninhas
trás dentro de um mês cem anos de vez.
caminhou até o romper da aurora,
virou tripulante, 
marinheira de um barco tão lindo.

eu, exílio de ti
sou ilha e me calo.
diz tanto a  distância 
que muda meu rumo
não sei pra onde sigo,
mas sigo em silêncio. 
suspenso por dramas
suspensa essa cama
segura meu corpo tropeçado, 
confuso da falta do teu.

eu, exlio de ti 
espero

mergulhado na festa da nossa memória.