segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Olha o buraco.

Ontem torci o pé num buraco ai dentro. Torci de leve, só pra lembrar que os buracos não se fecham sozinhos. A dor do torcido segue, sem inchaços, só um roxinho que o tempo cura. Acho que vou parar de fazer buracos, tem uns que abriram sozinhos mesmo, mas tem uns que ando cultivando. Parece que a gente nesse mundo veio é pra plantar buraco. Daqui a pouco o chão cai. O dilema é se uso terra ou pedrinha de rio pra tampar os danados. A terra é perfeita, funciona que só, mas pra cada buraco tapado me disseram que nasce outro. Pedrinha de rio da mais trabalho, que o rio não deixa a gente levar muitas pedras de uma vez só, elas demoram pra nascer assim redondinhas. Ai a gente leva mais tempo pra tampar de vez os buracos maiores. O bom é que sempre se tem motivo pra visitar o rio, e pertinho dele bate uma baita paz. De se esquecer de buracos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

florada de inverno.

parece que uma árvore cresceu no meu corpo.
a seiva viva na boca, os frutos no meu estômago, minhas mãos vivem folhas, secas e carregadas de formigas.

parece que uma árvore cresceu no meu corpo.
rompeu meu silêncio, rachou meu falo e espalhou as sementes. minhas pernas são galhos e eu me atrapalho caminhando entre as raízes.

parece que uma árvore cresceu no meu corpo.
iroko, o tempo. lentamente descasco, as flores ainda demoram a chegar, mas desfruto da estação mais fria resistindo planta. existindo homem.
aprendendo devagar a germinar cuidados.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

ciclo [música]

E eu que me acostumei a jogar de dentro
preciso aprender a andar.
Tempestade e vento,
são forças que não controlam seu próprio centro.
E eu que me acostumei a jogar de dentro
preciso aprender a andar.
Tempestade e vento,
são forças que não controlam seu próprio centro.
E eu que me acostumei a jogar de dentro
preciso aprender a andar.
Tempestade e vento,
são forças que não controlam seu próprio centro.
E eu que me acostumei a jogar de dentro
preciso aprender a andar.
Tempestade e vento,
são forças que não controlam seu próprio centro.
E eu que me acostumei a jogar de dentro
preciso aprender a andar.
Tempestade e vento,
são forças que não controlam seu próprio centro.
E eu que me acostumei a jogar de dentro
preciso aprender a andar.
Tempestade e vento,
são forças que não controlam seu próprio centro.
E eu que me acostumei a jogar de dentro
preciso aprender a andar.
Tempestade e vento,
são forças que não controlam seu próprio centro.
E eu que me acostumei a jogar de dentro
preciso aprender a andar.
Tempestade e vento,
são forças que não controlam seu próprio centro.