terça-feira, 2 de dezembro de 2014

carta pra aliuscha (a velha da horta)


Eu queria escutar o ruído da tua janela pra ver se descubro o que a cigarra conta, que tu escreve toda noite naquela maquininha de apertar botão. Entra botão sai palavra, entre as palavras pretas, o branco do dia. Quando a cigarra dorme (onde a cigarra dorme?) tu tens a manhã pronta naqueles pedaços de árvore. Nunca vi disso. Escutar cigarra. Pior que eu sei que por ai não pára. De dia enquanto tu finge ajudar no terreno, anda de segredo com as plantas. Capim limão, erva cidreira, tudo que é sorte de verde e marrom, claro, sem nunca esquecer as abóboras. Ainda bem que os de gente não podem ouvir a risada dos de raiz. Quanta bagunça tu faz naquele canteiro. Recolhendo histórias do verde e dos velhos e pedindo licença pra cortar com calma uma hortelã que quer virar chá. Quando sai pro mundo, tu abraça o tambor e beija sempre o moço de barba que fala em línguas. Eu gosto do sabor que é de ver vocês todos vadiando. Mexe dentro sabe? De encher a calma da gente de barulho. 

sobre o concurso de contos.

Recentemente fui contemplado em um concurso literário em que muita gente bacana participou.

Abaixo deixo o conto que fiz e o link para a o blog do concurso.





























(clique para ler melhor)


Contos de Joinville:
http://contosdejoinville.blog.com/

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tristeza e plantação:
quando melão colhia
tanta melancolia.