sábado, 11 de junho de 2016

cantiga.

por entre os buracos da gente, quando se atravessa uma tempestade em silêncio, você escuta.

tem um som, um chiado baixo que se acomoda nas beiradas dos ouvidos. ele cresce devagar, se você deixar ele explode. vira cantiga e aquece.

mas é preciso silêncio. é preciso uma pausa. a pauta perde o sentido, o caminho desanda e o corpo dança com a música.

sua música. sua.

o sexo rígido, o canto rouco. a loucura que antecede a calmaria escorre pelas mãos.

o suor ressoa na pele e a melodia gruda na gente.

é só parar pra ouvir.