quarta-feira, 8 de julho de 2015

carnaval tem seus direitos.

As duas desciam as escadas pra ganhar a rua, ele olhou para os pés e viu pela primeira vez o quanto estavam sujos. A casa descansava em silêncio, precisava de um banho!

Enquanto recolhia as coisas ao seu devido lugar, pensou no tempo que uma história demora pra se formar, depois lembrou das festas que ainda estavam fresquinhas e da zoada toda que tinham feito juntos. Haviam tomado a rua. Tinham feito seu carnaval de água, trampo e cachaça. Por trás dos olhos cansados, um pedacinho de saudade caiu sem pedir. Logo outro, outro e mais um e mais um e mais um. Foi abrindo a corrente e aportou no quartinho, chorando e sorrindo. Cantarolando um samba sobre maracujá.

a porta [música]

O ponto do nosso encontro
Aponta sempre pra frente
É da terra a semente 
Que planta quer aflorar

Armamos nossos destinos
travamos guerra com a sorte
não a mais medo da morte
o amor cumpriu sua sina
nós dois sentados no tempo
e a porta abriu-se sozinha

A ponte trouxe a serpente
num arco as cores se abriram
e nas correntes da gente
é o mar que deságua no rio

Armamos nossos destinos
travamos guerra com a sorte
não a mais medo da morte
o amor cumpriu sua sina
nós dois sentados no tempo
e a porta abriu-se sozinha

Deixa entrar, deixa entrar
deixa entrar quem vem lá