segunda-feira, 5 de setembro de 2016

bichano dos maletas

Dois olhos na noite fitam o beco. Caminham tranquilos pela escadaria. O silencio cortado pela música que ferve o corpo dos que dançam. Ali do Alto a noite é dele. Telhado quente de um dia inteiro, vento que atravessa a cidade e traz o som dos blocos, o cheiro do encontro dos corpos em pleno carnaval, tudo isso com a maresia de água salgada. A calma estica uma das patas e a preguiça desce o corpo magro. Quem sabe uma catita? Um gabiru ia ser tudos e tudos. É tarde e o dia foi quente, encheu o corpinho de sono. As orelhas perseguem o estrago que os "chama polícia" fazem pelas ruas. Canos estourados estralando nas ladeiras rumo aos bregas e as diversões de uma noite nessa cidade que se entrega a felicidade de um jeito tão bonito. Ali do telhado tudo que ele vê considera seu. Ama cada cantinho daquele colorido de escadarias, casas e festejos. O sono não vem, mas a preguiça inerente ao bichano o deixa tranquilo. Descansa ao som de Pablo, enquanto os pirraia conversam sobre as batalhas de pipa do dia.

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