O encontro entre dois barcos forma um buraco no mar, forma centelha de caos.
O encontro entre dois barcos faz quem navega ser sódio, ser sal de espanto e de medo. Faz a solidão ser compartilhada e o desejo de vida virar lágrima.
O encontro entre dois barcos faz o mar devagar, divagar sobre o que resta, sobre a parte que sobra no infinito azul que ele carrega.
O peso do mar é a falta de escolha.
Difícil de mais ser tão profundo.
Barulho de onda que encontra a madeira, silencio dos corpos dançando a melodia torta que rege o caminho do escuro.
O encontro entre dois barcos forma um buraco no mar.
E sozinho, ele chora.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Para a culpa: Des-culpa... para o mar um pedaço de poema:
ResponderExcluir"O Mar Axial
o mar e seu incenso,
o mar e seus ácidos,
o mar e a boca de seus ácidos,
o mar e seu estômago
que come e se come,
o mar e sua carne
vidrada, de estátua,
seu silêncio, alcançado
à custa de sempre dizer
a mesma coisa,
o mar e seu tão puro
professor de geometria"
(Trecho Do Poema O Cão Sem Plumas De João Cabral De Melo Neto)
... e pra ti Zé, parabéns pelo belo texto e se quiseres tem também um abraço grande e apertado... rs,rs... :0)
aceitei o abraço, o poema e des-culpa ;) beijo transgressora
ResponderExcluir