Nenhum tapete de mundo pode calçar a tua porta. É tão selvagem teu ser, com tanta raiva incabida, teu jeito de ver a vida de cima do temporal, que nem teus pés querem chão, que nem o pó que ainda mora por sobre as faltas do agora quer te cobrir por ter medo.
É tão difícil te ver e segurar na minha mão essa vontade do pulo, a tua cara de orgulho varrendo a festa com os olhos. Me ponho quieto de espanto, me oponho ao que quero tanto, porque é demais o que peço, esse vazio de estar perto é como mar no deserto. É do avesso o inverso. É um ateu com seu terço rezando pra não ter fé.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
processo inverso
Eu admiro aquilo que me foi velado. Nego as minhas suspeitas secretas pra poder continuar assim, calado. O que importa são os efeitos que os reflexos traem e não o que refletem, o vidro que cortou a tua boca é apenas um dos cacos que caiu do céu, chovia e a gente andava procurando estrelas. Lembro de como elas nos olhavam, lembro das suspeitas esvaziadas nas desculpas esfarrapadas. Cegou o caminho andar assim, atrelado as luzes que da terra viamos. Eu admiro aquilo que me foi velado. Nego minhas suspeitas indiscretas pra poder continuar assim, culpado. O que importa são as traições que os efeitos refletem e não o que caiu do céu, os cacos do teu vidro na boca esfarrapada chovem como gente e estrelas, molhando o que em nós procuramos. Olho para o que elas esquecem e esvazio o que lembro, admirando o velório daquilo que me foi tirado.
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