quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

processo inverso

Eu admiro aquilo que me foi velado. Nego as minhas suspeitas secretas pra poder continuar assim, calado. O que importa são os efeitos que os reflexos traem e não o que refletem, o vidro que cortou a tua boca é apenas um dos cacos que caiu do céu, chovia e a gente andava procurando estrelas. Lembro de como elas nos olhavam, lembro das suspeitas esvaziadas nas desculpas esfarrapadas. Cegou o caminho andar assim, atrelado as luzes que da terra viamos. Eu admiro aquilo que me foi velado. Nego minhas suspeitas indiscretas pra poder continuar assim, culpado. O que importa são as traições que os efeitos refletem e não o que caiu do céu, os cacos do teu vidro na boca esfarrapada chovem como gente e estrelas, molhando o que em nós procuramos. Olho para o que elas esquecem e esvazio o que lembro, admirando o velório daquilo que me foi tirado.

Um comentário:

  1. valeu pelo comentário...
    e o que nos foi tirado talvez nunca tenha
    sido dado...mas nego minhas suspeitas...

    abraço!!

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