Era Setembro. Eu sei, eu lembro.
Tinha na noite um certo ar de estranha conveniêcia, como se o dia caminhasse para um momento já combinado. Como aquelas batidas de cotovelo que sempre antecipamos, mas nunca há tempo o suficiente para desviar. Talvez fosse mesmo o tal destino. Menino febril que adivinha tudo. Não sei, acho que não. Mas minha calma tinha sido atormentada, uma certa insegurança incabida tomou conta de mim por um tempo maior do que eu esperava. Eu sabia o que fazer e não fazia, o que dizer e não dizia. Meu olhar era a única coisa que falava. E tentava compensar minha quietude esquisita brilhando cada vez mais. Que bom. Ele me salvou, falou tudo o que eu não tinha dito. Dançou por mim a última canção da noite. Mas não sozinho. Outros olhos nos meus.
Era Setembro. Eu sei, eu lembro.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
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