sexta-feira, 12 de novembro de 2010

espero

Espero um caminho claro, um vagalume no escuro, uma voz não um zunido, um afago e não um rugido. Espero, como tu espera. Ai sentada sem meias, olhando da tua varanda a rua da tua cidade, o sangue vermelho nas veias, o peito cheio de areia que escorrega entre meus dedos. Espero o desapego, o fim do fogo e do medo, o passado numa fogueira queimando o que já cansei, silenciando o barulho das coisas que eu esperei. Espero como se espera, mãos nos bolsos, sem palavras, o povo do lado me aperta, a vida corre vazia, eu atrás vou dando seta, esperando algum alerta ou um soco que me pare, que me faça desespero, que me tire dessa espera, que me mexa, que me mude!



Espero



não esperar mais

2 comentários:

  1. não esperar mais nada, se desapegar é muito muito importante mesmo.
    eu também espero

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  2. as vezes (sempre) é melhor nao esperar nada mesmo, assim, nao corrremos o risco de nos decepcionarmos... e sim, desapego é muito, muito importante :)
    "As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos"

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